Éramos oito, ou mais
Na quadra 7 da rua Cuiabá,
Nenê, Mia, Gui, Bill e Dadal, filhos do Toco. Na mesma quadra, só que da rua
Antônio Marinho, Dário, Gleison Gleiton, filhos de Zózimo Amaral. As idades
eram parelhas. Era nos encontrar e “o pau cantava”.
Um dia nos encontramos: eu e
o Bill; o Gleiton (loiro) e o Gleison. Foi ali na João Pessoa onde, na época,
se construia a Igreja Brasil para Cristo. Eles vestiam calção de chitão xadrez,
barriga de fora, nariz escorrendo. Mas exibiam um papa-vento, brinquedo que nos
chamou atenção. Brincávamos no morro de areia da igreja.
Com jeitinho nos aproximamos,
elogiamos o brinquedo e logo que eles abriram a guarda pedi para dar uma volta
com o com o papa-vento. Eles negaram. Propus: “quer trocar o papa-vento em um
estilingue?”. Os olhos do “alemão” brilharam. Onde está o estilingue? –
perguntou interessado. Está ali em casa, que ver? – respondi. Ele topou ver o
estilingue. Chamei o Bill e falei: “Bill, vá lá em casa, pega o estilingue,
vamos mostrar á eles.” O Bill se virou e caminhou devagar rumo a nossa casa. Ia buscar o que não existia. Quando o Bill já estava a alguns metros de nós sugeri ao “alemão”: “enquanto
ele vai pegar o estilingue, deixe eu dar uma voltinha?” Ele aceitou. Peguei o
“bicho”, como ele rodava bonito e fazia um barulhinho legal. Corri ao redor
deles até que me distanciei dos dois irmãos. Então, parti em disparada para
casa gritando: Tchau, nem o papa-vento, nem o estilingue.