terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Batalha contra o Crack


Muito marketing e pouca estratégia
Deputado estadual Alencar Santana (PT)
Ninguém tem dúvidas de que era necessária uma atitude contundente contra o tráfico de crack e uma política voltada para o atendimento e tratamento dos usuários da droga no centro de São Paulo. Mas as operações desenvolvidas pela Prefeitura de São Paulo e pelo Governo Estadual na cracolândia paulistana na semana passada são reflexos de uma abordagem marqueteira, eleitoreira e policialesca. Optou-se pela repressão policial pura e simples, que não distingue traficantes de dependentes, e ignorou-se a adoção de medidas psicossociais que teriam condições muito melhores de apresentar resultados efetivos para esse grave problema.
Poucos dias depois do início das ações na região central de São Paulo, começaram a surgir notícias sobre os bastidores da operação. Os jornais divulgaram que o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab decidiram agir em conjunto em função de interesses políticos. O objetivo da operação na cracolândia era neutralizar a iniciativa do Governo Federal, já que a presidenta Dilma Rousseff anunciou em dezembro o Plano Nacional de Combate ao Crack.
Mas o que causou mais espanto foi a notícia de que nem o governador, nem o prefeito e sequer o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, sabiam do início das ações. É verdade que a operação vinha sendo planejada há algum tempo, mas na “hora H”, devido a “ruídos na comunicação”, o sinal verde para a ocupação da cracolândia teria sido dado por oficiais do segundo escalão da PM.
Com as tropas nas ruas, não havia como voltar atrás e todos tiveram de assumir a operação. Uma ação que, de acordo com moradores e comerciantes da região, repete os erros do passado, quando os usuários de crack foram retirados do local à força e, na ausência de outras medidas, retornaram pouco tempo depois.
A pressa de agir e a falta de comando resultaram em cenas dantescas, com viciados perambulando como zumbis pelas ruas de diversos bairros centrais de São Paulo e a área sendo lavada com jatos d’água por policiais e funcionários dos serviços de limpeza pública usando máscaras cirúrgicas, como se estivessem evitando a contaminação por uma praga.
Sim, a epidemia do crack é uma praga, mas uma praga que precisa ser combatida da maneira como propõe o Governo Federal, em articulação com estados e municípios. O plano apresentado por Dilma prevê investimento de R$ 4 bilhões em dois anos, com ações que incluem a presença de médicos nas ruas para atender os viciados, atendimento específico na rede pública de Saúde e o uso dos sistemas de inteligência do governo para combater o tráfico. Dilma entendeu que erradicar a chaga social do crack requer planejamento e estratégias globais, não apenas repressão e marketing, como fazem Alckmin e Kassab. 

Recepção á Cracolândia

Transferir a Cracolândia da capital para Epitácio...
Isso é piada né? 
Fontes de informação, ligadas as centrais sindicais, dizem que há uma proposta do governo do Estado de São Paulo, para transferir, em parte, os dependentes químicos da Cracolândia, capital do Estado, para o acampamento "Jair Ribeiro", em Epitácio. O acampamento, para quem não conhece, fica próximo ao trevo da cidade, na vicinal que liga nosso município a Planalto do Sul. Até que ponto isso pode ser verídico? Os governantes municipais sabem disso? Pensamos que sim e se for verdade, rechaçamos a pobre idéia.