segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fim de Férias

SESI
Alunos voltam às aulas em prédio novo
Aproximadamente 600 alunos do Sesi, voltaram as aulas dia 23, em novo prédio da instituição, construído no Centro de Lazer, ás margens do rio Paraná, cabeceira paulista da ponte “Hélio Serejo” que liga os estados de São Paulo Mato Grosso do Sul. Nas novas instalações serão atendidos alunos dos  níveis de ensino Médio e Fundamental, Educação para Jovens e Adultos – EJA -, e ainda, aulas pelo Telecurso. Essa nova realidade, segundo a diretora da Escola, Lilaléia dos Santos oferecerá aos matriculados oportunidades de aproveitamento e aprendizado. Ela e o corpo docente, mais equipe técnica do Sesi, acreditam que o índice de aproveitamento melhora quando o espaço físico é moderno e diferente, porque cria expectativas inovadoras partindo de dinâmicas alternativas. A positividade, de acordo com a direção, é viável e possível porque absorve o sincronismo entre didática, pedagogia e ambiente de estudo. 

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Amigos da Viola

"Picucha" e Alda, dupla de sucesso
"Picucha" e Alda, foi a dupla mais solicitada no decorrer do Primeiro Encontro dos Amigos da Viola, ocorrido nesse final de semana no clube Tribo Show House.

Marta Suplicy


Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo do dia 21/7/2012:
O último Censo do IBGE mostrou que 43 mil meninas menores de 14 anos vivem relacionamentos estáveis no Brasil. Como a prática é ilegal, a maioria vive em união consensual, sem registro.
É o retrato de uma cultura atrasada que ainda sobrevive nos grotões de nosso país. Na maioria dos casos, fruto do esquecimento secular por parte dos governantes.
Em comunidades mais pobres, e abandonadas, as próprias famílias são responsáveis pelos casamentos, uma vez que as uniões são vistas como fuga da pobreza. É a transformação em chaga social de um sonho de criança de casar-se vestida de noiva. Mas de que tipo de menina nós falamos?
Certamente não é da mesma menina urbana de um cortiço paulistano ou da de uma favela carioca. Essas têm sonhos possíveis, apesar de, na maioria, inalcançáveis. Falamos de outro mundo, em que, apesar da televisão, o que prevalece é a história e a realidade materna. Destino trágico.
Não muito diferente da sina de milhares de meninas pobres no mundo em desenvolvimento, no qual as mulheres são pressionadas, por motivos diversos, a casar-se e a ter filhos com pouca idade.
Nos países pobres, mais de 30% das jovens se casam antes de completar 18 anos. Muitas meninas enfrentam pressões para terem filhos o mais rapidamente possível, engravidam e morrem de hemorragia. Os maridos não são fiéis e elas, com maior vulnerabilidade por causa da idade, frequentemente também sucumbem a DSTs.
É uma realidade com nuances distintas. Na África ocidental, a fome empurra jovens para o casamento precoce. Pais casam suas filhas mais cedo em busca de dotes para ajudar as famílias a sobreviver.
O Níger tem o mais alto índice de casamento infantil no mundo, com uma em cada duas jovens se casando antes dos 15 anos -algumas delas com apenas sete anos.
No Brasil, a lei é clara ao classificar como estupro qualquer envolvimento carnal com menores de 14 anos. Além de ser crime, essas meninas também sofrem desvantagens em relação a saúde, educação, relacionamentos sociais e pessoais em comparação com aquelas que se casam mais tarde.
O que essas brasileirinhas vivem é inaceitável. Enquanto não conseguimos tirá-las da miséria -e essa é uma prioridade de nossa presidenta-, temos que protegê-las dessas relações perversas com ações policiais firmes e campanhas para a eliminação do casamento de crianças. Essas relações também impõem uma barreira às comunidades que procuram aumentar os níveis de escolaridade e buscam diminuir os índices de pobreza.
As noivas meninas têm seu futuro comprometido e seus direitos básicos de brincar e estudar violados. Se tornam meninas sem presente e mulheres sem futuro.