sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Eles querem nossa bandeira


Griselda é a Globo tentando seduzir a Classe C


Renato Meirelles, do DataPopular, disse na palestra da Altercom que a Globo já percebeu o poder da Classe C e que o personagem da atriz Lilia Cabral, Griselda, encarna os valores desse novo segmento social.
Não estou assistindo Fina Estampa, mas ontem fiz questão de vê-la junto com uma “especialista” no tema que me explicou quem era a Griselda. Personagem, que, aliás, já se tornou rico ganhando na loteria (a Globo não muda) e agora mora no mesmo prédio da personagem da Cristiane Torloni, a ricaça bandida do folhetim de Agnaldo Silva.
Mas por que será que a Globo escolheu uma mulher batalhadora da nova Classe C, que conseguiu colocar seu filho para estudar medicina de personagem central no seu horário nobre?
Na Classe C o protagonismo da mulher é superior ao dos homens e muito superior ao das mulheres da elite. Elas têm mais escolaridade e são decisivas nas opções da família, segundo os próprios homens entrevistados.
As mulheres da Classe C mandam mais. O que é uma ótima notícia. Só que em muitos casos ela seguram a onda sozinha. Como acontece na novela, onde Griselda teria sustentado os filhos sem a contribuição do marido que a abandonou com as crianças. Mas há outros dados surpreendentes no estudo da DataPopular sobre a Classe C.
Quem acha que Twitter e Facebook é plataforma de riquinho, está muito enganado. Hoje a Classe C participa com 56,5% do público do Facebook no Brasil e com 55,3% do público do Twitter.
Os negros da Classe C também estão assumindo um outro papel social.
Nos últimos 10 anos a renda dos negros cresceu 105,6% neste segmento. A dos não-negros, 27,8%. Só em 2011, os negros vão consumir 673 bilhões de reais. Eles também já são metade da população da classe C, 49,1%. Na classe A, são ainda apenas 15,2%. E na classe B, 23,4%.
Os jovens também são outro público estratégico deste segmento social.
Outro dado que impressiona é que na elite o jovem ganha em média 11% do salário do seu pai. Já na Classe C, essa relação é de 53% do valor. Ou seja, o jovem da Classe C por ganhar relativamente mais, acaba tendo mais voz na vida familiar.
Aliás, na Classe A apenas 10% dos jovens tem mais estudos que seus pais. Na Classe C, esse índice é de 68%.
Mas é na questão dos valores que o bicho pega.
O jovem de Classe A quer ter aquele tênis que ninguém do seu relacionamento tem. Quer ser especial, diferente.
Já o da Classe C, quer ter aquele tênis que todo mundo do seu bairro tem. Quer ser igual, quer estar incluído.
Os moradores de Classe C também valorizam o relacionamento comunitário. 66% são amigos dos vizinhos, contra 21% da elite, que prefere evitar esse tipo de “invasão”.
A brasilidade também é outra diferença. Na elite, apenas 25% comprariam algo por ser brasileiro. Já na Classe C esse número é de 62%.
A Globo, segundo o Renato Meirelles, tem se dedicado a entender a alma desse novo brasileiro e por isso colocou como personagem central de sua trama do horário nobre a tal Griselda. Para fazer com que esse público se encontre ali.
Se aqueles que querem democratizar a comunicação não buscarem fazer o mesmo. A Globo vai conquistar esse novo brasileiro que não é tão preconceituoso quanto a elite tradicional. Mas pode vir a sê-lo.
Esse novo brasileiro é que vai decidir qual vai ser o Brasil do futuro. Se o de uma gente que só quer consumir ou de um povo onde os valores de solidariedade, justiça, amizade etc serão fundamentais.
É na Classe C e naqueles que virão a ampliar a Classe C nos próximos anos que está sendo jogado o jogo do futuro.

Matança


Argentino publica “matança” de peixes no Facebook e se dá mal

Leandro Pacheco de La Cruz se “gloriava” de ter fisgado (e matado) dezenas de dourados. Agora ele e seus amigos são investigados pelas autoridades de Corrientes

Por: Lielson TiozzoFoto/Ilustração: ReproduçãoPublicado em: 12/2011
Afim de mostrar que era “bom” pescador argentino postou a foto com seus amigos, na rede social Facebook, na qual aparecem dezenas de dourados e curimbatás abatidos depois da farta pescaria ocorrida no final de outubro, na província de Corrientes.O massacre, contado como “façanha”, foi considerado crime porque lá, em Corrientes, conforme a lei local, prevalece a cota zero dos dourados.
Leandro Pacheco de La Cruz, o pescador que publicou a foto, talvez nem fosse imaginar que sua atitude fosse parar na Direção Regional de Recursos Naturais, depois de diversas denúncias feitas por ambientalistas, por meio de ligações ou até artigos publicados em sites locais.Segundo o portal Corrienteshoy, o caso foi parar na delegacia seccional de Corrientes, a capital da província de mesmo nome, a qual de pronto encaminhou a denúncia para Paso de Los Libres, onde vive o pescador. Agora de La Cruz vem sendo investigado por “suposta infração à lei de proteção animal”, assim como seus amigos. Eles devem levar uma "salgada" multa e podem ainda ser presos.
Já pensou se a "moda pega" no Brasil?