Empregos sim; presídios não
Hoje recebi, em casa, a visita do amigo João
Mangolin e conversamos, por momentos, sobre a possibilidade de Epitácio ter uma
unidade prisional.
O presidente da Associação Ações de Cidadania de Presidente Epitácio,
sr. João Mangolin, diz que, nesse momento, não está descartada a ideia de se
construir uma unidade prisional, em nossa cidade, o que ele é contra. Mangolin é bacharel em Direito e pós-graduado
em Direito Civil e Processual; trabalha há 21 anos como agente prisional no
estado de São Paulo. Ele comenta que há
dias se encontrou com um vereador epitaciano, ocasião na qual o político lhe
disse que pediria ao prefeito que aceitasse a construção de uma unidade
prisional no município. A reação imediata sobre o projeto do vereador foi
negativa. Mais tarde, na condição de
presidente da “Cidadania”, percebeu que estava certo por vários motivos. Disse
que familiares dos presos que os visitam já trazem tudo de sua cidade de origem
dada a distancia que os presídios ficam do centro urbano e comercial. Que uma
unidade prisional é tocada por, no máximo, 200 funcionários concursados, dentre
eles alguns epitacianos. Mas que os mesmos são obrigados a respeitar as regras
para o processo de transferência.
Quanto aos aspectos negativos, Mangolin comenta que
algumas famílias de presos se mudam para a cidade onde o seus parentes cumprem
pena. Que a sociedade, na maioria das vezes, não emprega pessoas ligadas aos
encarcerados. “Você contrataria uma doméstica ou babá, desconhecida, e que tem
o namorado ou marido preso?” – questiona. Isso, segundo ele, contribui para o
aumento dos pequenos delitos e atrai atenção para a possibilidade de assaltos à
mão armada e outros crimes, mais violentos, como sequestros-relâmpago, assaltos
a pousadas, sítios, chácaras e fazendas.