quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

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02:32
Para informegui@hotmail.com
SÓ MAIS UMA HISTORIA ENTRE AS 1300
Algum tempo atrás, certo dia me vi apaixonado, ela era maravilhosa. Fiz de tudo até que consegui conquistá-la. Namoramos, e porque não casar com a mulher de vida. Casamos, éramos felizes, e  a  vida resolveu aprontar uma. Ela engravidou, confesso que tive um sentimento estranho, um medo misturado com felicidade com toque de preocupação, afinal não é todo dia que si tem a noticia que você será pai. Nossa filha nasceu, e meu medo e minha preocupação foram deixando lugar só para a felicidade. Virei o típico pai de família, trabalhador honesto e pai exemplar.
De repente fui demitido, normal todo mundo esta sujeito a isso, sou trabalhador logo estaria empregado de novo. Mas não era tão simples assim. A empresa que eu trabalhava estava fechando as portas e junto comigo foram demitidos 1300 funcionários. Onde nossa cidade iria abrigar tantos desempregados? A partir daí o meu medo e minha preocupação foram voltando. Tenho que sustentar minha família, mais como? Não há outra saída, vou me mudar de cidade e deixar minha família aqui.
Longe de casa consegui um novo emprego, mais estou sozinho, logo eu que vivia rodeado de pessoas queridas, só me restou um companheiro, tal aparelho chamado celular, na nos desgrudamos mais ai dele se acabar os créditos ou a bateria. Fico o tempo todo esperando ele tocar, certa hora ele toca, é a minha esposa, a dona dos meus sonhos do outro lado da linha em prantos me fazendo juras de amor e dizendo que não agüenta mais de saudades. Aperto firmemente o celular, pareço-te-la em meus braços. Também falo com minha filha, tento, ao fundo escuto minha esposa dizendo “fala oi pro papai” logo escuto ela balbuciando suas primeiras palavras. Como eu queria estar ali, ou trazê-las pra junto de mim, mas não seria justo com elas, e também amamos nossa cidade.
Ao desligar o telefone estou sozinho de novo, e eu que falava que stresse e depressão eram coisas de rico, agora já to com medo dessa maldita me pegar. Penso nos meus conterrâneos que estão nessa mesma situação. Ontem estava todo mundo sorrindo, hoje estamos fingindo, amanhã... Amanhã só Deus sabe. 
Sei que o que escrevo não surtirá efeito nenhum nessa situação.
Afinal de quem é a culpa?
Minha que estou escrevendo?
Sua que esta lendo?
Ou deles que não estão nem vendo?
Mesmo assim deixo meu recado pra você que leu até o final “de valor as coisas simples da vida abrace mais seus queridos. Dizem que é ai que esta a felicidade plena, e é a mais pura verdade.” E quanto a eles Deus cuidará.


Ass.: um filho de Epitácio, meu nome não importa sou só mais um entre 1300 desempregados direto.

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